Brasil: Análise política por analistas internacionais

Com toda vergonhosa conjuntura política a que o país se encontra, eu acho interessante ver como os analistas internacionais de fora do país estão avaliando toda a crise política e econômica que o Brasil passa.

Avaliando previamente o pessoal da Control Risks, que eu admiro muito o trabalho deles e os acompanho diariamente, novamente postarei aqui um texto deles, e de mais outros dois analistas. Não critico em momento algum os trabalhos deles, apenas acrescendo determinados fatos que, até por eles não estarem aqui, deixam de comentar, pois a situação é mais crítica que eles pensam. Além disso, a opinião imparcial dos mesmos não os permite ir mais além, porém acho correto fazer as críticas, porque tudo está ruindo mesmo!

Claro que a preocupação com tudo isso se dá pelo fato das Olimpíadas, por conta disso a análise de todos se volta muito para as grandes capitais, portanto é mais fácil que sejam direcionados para o grande centro econômico que é São Paulo e a cidade sede, Rio de Janeiro, porém já é uma grande análise, ao final, farei uma prévia sobre alguns outros estados. 

Segue abaixo:

Arianna Mendez, do grupo AFIMAC, escreveu em seu artigo Brazil in Turmoil: An Analysis of the Political Situation in Brazil:

What Happens Next?
In the coming weeks, a senate committee will produce an indictment against Rousseff on the charges that she broke fiscal responsibility laws by using state bank funds to hide a growing public deficit. The trial could take up to six months. If endorsed by two-thirds of the senate, Rousseff will lose the presidency and be banned from public office for eight years. In the case of her impeachment, Temer will serve the rest of Rousseff’s term until the next election in 2018.
If Rousseff is impeached, Temer’s presidency will have to survive three main challenges. First, Brazil’s electoral court will rule next year whether the Rousseff-Temer ticket received illegal donations. Second, the Brazilian Supreme Court is looking into whether Temer should be impeached for breaking the same fiscal rules that led to Rousseff’s suspension. Third, Temer will face strong opposition from the Worker’s Party and labor unions, who accuse Temer of engineering a coup against Rousseff.


How will this affect the Olympic Games?

In the face of low oil prices and the fallout from the Petrobras scandal, the Rio state government is struggling to finance the two multi-billion dollar Olympic infrastructure projects. Police and prosecutors are also investigating if the Brazilian building giant Odebrecht paid bribes to secure work on a new subway line, which will connect the city’s beach area to a station near Olympic Park.
The recession, political scandals, and high crime are driving Olympics ticket sales down. According to organizers, the number of tickets sold for the Rio Olympics are significantly below expectations. Massive demonstrations for and against Rousseff have the potential to disrupt the athletic events in Rio.  The international humiliation of a botched Olympics would be disastrous for the collective morale of an already disillusioned nation.
Visão excelente da sra. Mendez, porém acho que tudo de fato afeta a baixa nas vendas internacionais para os jogos Olímpicos.
Em primeiro lugar o Rio de Janeiro é a grande imagem do Brasil vendida, e a constante crescente violência faz com que externamente os espectadores deixem de se interessar por participarem de quaisquer atividades, sejam negócios, turismo ou assistir jogos.
A violência também atinge estrangeiros pois os mesmos vêm com dinheiro e em busca de aventuras. O turismo sexual é um atrativo, e se tornam vítimas em potencial por frequentarem lugares e não terem o conhecimento de como se portar.
Além disso a crescente epidemia de doenças como H1N1, Zika, Dengue e outras faz com que a saúde também seja um agravante negativo. A falta de infraestrutura para suportar a quantidade de turistas, tal qual os escândalos envolvendo saúde, como os hospitais e farmácias que estavam estocando medicamento vencido para distribuir durante os jogos, fazem com que essa perda de credibilidade local afete ainda mais o desejo de estar presente.
Em nota a BBC divulgou que cientistas e a Organização Mundial de Saúde solicitaram o adiamento das Olimpíadas por conta da epidemia de Zika:
Vírus Zika: Mais de 100 cientistas pedem em carta que Olimpíada do Rio seja adiada ou transferida

Em carta aberta enviada à OMS (Organização Mundial da Saúde), um grupo formado por mais de 100 cientistas internacionais afirma que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deveriam ser transferidos ou adiados em decorrência do surto de vírus Zika.
Os especialistas dizem que descobertas recentes sobre o zika tornam "antiética" a manutenção dos Jogos no Rio. Na carta, os cientistas também pedem que a OMS reveja com urgência suas recomendações sobre o Zika, um vírus relacionado a uma série de problemas no nascimento, incluindo microcefalia.

A carta ainda diz que o adiamento ou a transferência dos Jogos também "diminui outros riscos trazidos por uma turbulência história na economia, governança e na sociedade do Brasil - que não são problemas isolados, mas que fazem parte de um contexto que tornam o problema do Zika impossível de resolver com a aproximação dos Jogos".
Em maio, o Comitê Olímpico Internacional disse que não vê razões para atrasar ou transferir os Jogos por causa da doença. No Brasil, a explosão da enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypti aconteceu há um ano - hoje mais de 60 países e territórios são afetados pela doença.
A carta afirma que o Zika está relacionado à microcefalia (crescimento do crânio abaixo da média) em recém-nascidos e que pode trazer síndromes neurológicas raras e às vezes fatais a adultos.
O documento é assinado por 125 cientistas, médicos e especialistas em ética médica de instituições como as universidades de Oxford, no Reino Unido, Harvard e Yale, ambas nos Estados Unidos.
Fracasso
Na carta, eles citam o "fracasso" no programa de erradicação do mosquito no Brasil e o sistema de saúde "fragilizado" do país como razões para o adiamento ou transferência da Olimpíada, marcada para o próximo mês de agosto.
"Um risco desnecessário é colocado quando 500 mil turistas estrangeiros de todos os países acompanham os Jogos, potencialmente adquirem o vírus e voltam para a casa, podendo torna-lo endêmico", diz o texto. O principal risco seria que atletas contraíssem a doença e voltassem para suas casas em países pobres que ainda não foram afetados pelo surto da doença.
A OMS, que recentemente classificou o vírus como uma emergência global de saúde pública, comentou a carta.
Segundo nota enviada pelo órgão, baseado nas informações atuais, "cancelar ou mudar o local da Olimpíada de 2016 não irá alterar significantemente a propagação internacional do vírus Zika".
A OMS lembra o que o Brasil é um dos mais de 60 países que continuam a reportar a transmissão contínua do vírus por mosquito, e que pessoas viajam entre essas nações por vários motivos.
A nota reforça a recomendação de que mulheres grávidas evitem viajar para esses lugares - o que inclui o Rio.
"Não há motivos de saúde pública para adiar ou cancelar os jogos. A OMS continuará a monitorar a situação e irá atualizar suas recomendações se necessário."
Na última quinta-feira, o cientista Tom Frieden, chefe da Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, disse que "não há motivos de saúde pública para o cancelamento ou atraso dos Jogos".
Ele também pressionou autoridades norte-americanas a agirem mais rapidamente para evitar que gestantes contraiam o Zika, em meio a um impasse no congresso sobre a liberação de quase 2 bilhões de dólares para financiamento de políticas de saúde. 


Matéria completa.

Delegações também têm dúvidas quanto a participarem. A falta de estrutura para manter os jogos se torna visível perante a atletas que têm perícia em observar seus campos de atuação.
Os escândalos envolvendo empreiteiras também voltam os olhos dos espectadores a crise que está na infraestrutura local. A quantidade de obras inacabadas, trânsito sem solução, arrastões em avenidas e rodovias.
Falta de credibilidade no Governo conforme já fora citado.
Assim com os olhos voltados para o Rio de Janeiro, quaisquer notícias referentes a escândalos, como a cultura do estupro por exemplo, será interpretada e repassada adiante de forma negativa, com toda razão, porém realista, ao que mostra uma nação, conforme suas palavras, desiludida quanto a credibilidade governamental em um futuro próximo e quanto aos próprios jogos.

Seguindo com tal análise, a BBC mostra a preocupação internacional quanto aos jogos Olímpicos.
Na matéria Crise Política e Zika geram Preocupação Internacional com as Olimpíadas, é exposto:

Enquanto a realização da Olimpíada em si pode não estar em risco, especialistas consultados pela BBC Brasil acreditam que a profusão de notícias negativas vindas do país e os problemas que cercam a reta final rumo aos Jogos já causam fortes impactos.
Entre eles estão acusações de corrupção nas obras da linha 4 do metrô e do Porto Maravilha, "menina dos olhos" do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a incerteza sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff e as graves dificuldades financeiras do país.
A epidemia do vírus da zika – que já gerou alertas da Organização Mundial da Saúde (OMS), e alguns países orientam mulheres grávidas que evitem viajar ao Brasil – tem no Rio de Janeiro um dos Estados com o maior índice de casos e de maior preocupação para as autoridades brasileiras.
(...)
Para eles, a imagem do Brasil e do Rio já começa a ser danificada, e o impacto geopolítico e diplomático de sediar uma Olimpíada pode estar em risco, tendo em vista que a intenção é sempre mostrar o "melhor lado" dos organizadores para o mundo, e há cada vez mais indícios de que os Jogos revelem o "pior lado" dos anfitriões.
(...)
A quatro meses dos Jogos, o que deveria ser uma etapa de retoques finais, focando nas entregas de obras, eventos-teste e crescente animação da população tem se revelado um momento de incontáveis crises, problemas e incertezas.
No âmbito da operação Lava Jato, surgiram indícios de pagamento de propinas nas obras do Porto Maravilha (revitalização da zona portuária) e da linha 4 do metrô, envolvendo o prefeito do Rio e o ex-governador do Estado, Sérgio Cabral.
Atrasadas, as obras da nova linha do metrô, que ligará a Zona Sul do Rio à Barra da Tijuca, onde está o Parque Olímpico, necessitaram de mais um empréstimo de R$ 1 bilhão do BNDES, aprovado na última quinta-feira, diante da impossibilidade do Estado em custear a conclusão dos trabalhos.
Imerso em dívidas, o Estado do RJ reduziu em 35% o orçamento de segurança pública, o equivalente a R$ 2 bilhões, e anunciou que não implantará mais a UPP do Complexo da Maré (próximo ao Aeroporto Internacional do Galeão) antes dos Jogos. Além disso, o chefe da Força Nacional, um dos pilares da estratégia de segurança do megaevento, pediu demissão e teceu criticas ao governo. Também saiu do cargo o ministro do Esporte, George Hilton.
O orçamento do Comitê Rio 2016 foi drasticamente reduzido, com cortes em diversas áreas, incluindo arquibancadas, instalações temporárias, transporte para as delegações e até os quartos da Vila dos Atletas.
Um evento-teste marcado para o fim de abril foi cancelado devido ao atraso na montagem da pista do velódromo, e contratos com as construtoras responsáveis pelo Centro de Tênis e de Hipismo foram rescindidos, deixando as obras atrasadas. O legado ambiental dos jogos foi totalmente abandonado, com o rompimento de contratos e promessas que não serão cumpridas na recuperação da baía de Guanabara, lagoas e rios.
(...)




      Control Risks novamente fazendo uma belíssima análise sobre toda a situação expõe no artigo (deixarei aqui o artigo completo, com comentários):

      Desde 2014 há análise do fiasco que foi a Copa do Mundo para o cenário político, só reafirmando que a corrupção e o jeito de desviar o foco político, criando novamente a política romana panis at circenses é parte da estratégia política do Brasil.
      Conforme foi visto a copa do mundo foi num momento de escândalos atrás de escândalos, durante os jogos houve muita manifestação dos grupos anarquistas e esquerdistas, protestos diversos pedindo esclarecimentos dos gastos e toda a dificuldade que a segurança pública, perfeitamente, enfrentou para que não houvesse extrema violência atingindo turistas e espectadores. Porém ao final do evento toda infraestrutura foi novamente modificada, numa operação de mais lavagem de dinheiro para os jogos Olímpicos. Diversos questionamentos foram feitos porém a distância entre o governo e a sociedade faz com que os personagens só apareçam depois que tudo é fraudado já.

      Apesar de um clima desfavorável, os jogos não vão deixar de ser um sucesso, porém será um novo momento de escândalo político, ainda mais com a crise atual na presidência, que não dá uma direção para qual dos lados está envolvido na maior parte, já que o grande aliado do governo interino foi responsável pela maior quantidade de gastos com empreiteiras e recebimento de propina no Rio de Janeiro, já a oposição foi responsável pelas fraudulentas licitações.
      For a month this past summer, billions of fans around the world stayed glued to televisions broadcasting the FIFA World Cup from Brazil. Millions more descended on Brazil to watch the games in person. They came despite the various warnings about Brazil’s readiness to host and fears of widespread, violent protests. Yet, as it should be, the tournament will mostly be remembered for the drama that played out on the pitch: from the Brazilian team’s epic collapse against Germany and the controversy that erupted when Uruguay’s Luis Suarez (some would say allegedly) bit an Italian opponent, to the emergence of Colombian star James Rodriguez.
      That the tournament will be remembered first and foremost for the soccer was no small feat and, frankly, a massive surprise. Thousands of corporate VIPs, celebrities and world leaders descending upon a country known for its security, logistics and infrastructure challenges was worrisome enough. Such a backdrop, combined with the disruptive social unrest that flared unexpectedly in 2013, could have easily shifted the storyline away from the sporting competition itself. That it did not is a testament to the hard work and careful preparation of the legions of public and private sector workers, as well as to the Brazilian people’s devotion to “the beautiful game.”
      The Brazilian security forces deserve plenty of credit. They took active measures to address lessons learned from the 2013 FIFA Confederations Cup, effectively managing and containing the smaller-scale protests that did occur, and critically, avoiding the heavy-handed tactics that only aggravated matters in 2013. They were helped by two additional factors. First, many Brazilians who had previously engaged in legitimate and peaceful protest activity during the Confederations Cup were alienated by the violent tactics of anarchist groups, the so-called Black Blocs, with whom they did not want to be associated.  Second, in keeping with custom, most Brazilians cared more about watching the matches than taking to the streets. Even Brazil’s crushing loss to Germany—an event that caused security directors to collectively hold their breath—failed to galvanize the masses to take back to the streets.
      But for the scores of companies with a role in the World Cup trying to manage the uncertainty and sheer complexity of the event, a successful tournament required significant resources and an entirely different dimension of planning driven by worst-case assumptions.
      This is nothing new—similar challenges exist for every major sporting event—but every country is different, bringing with it unique challenges. Security concerns also preceded the 2010 World Cup in South Africa and the Winter Olympics in Sochi earlier this year, but the basic infrastructure and seeming lack of adequate preparation in Brazil intensified concerns of catastrophic failure.
      Lack of infrastructure complicates everything. Concerns over the capacity of Brazil’s telecommunications networks to handle the massive influx of international visitors sending out regular updates with photos and videos across the Twittersphere meant that companies’ security teams needed to find multiple other ways of communicating to ensure resilience. Moving people around the country was also quite difficult. Brazil declined to enlist foreign air carriers  in adding capacity for domestic flights, so flights were expensive and booked up quickly. Yet air travel was the only truly viable means of moving throughout the country, given the poor and dangerous conditions of Brazil’s roads and the complete absence of a rail network. Buses were a good option for budget travelers, but eight-hour bus rides don’t exactly fly with a bank executive or global music superstar – no matter who is playing that day. Armored and executive-class vehicles were completely booked up nearly a full year in advance, with providers demanding 100% payment in advance in order to secure the contract. Business-class hotel accommodations were also in extremely short supply, and organizations that did not book well in advance found themselves out of luck, often without a safe place to house their people.
      Early preparation and planning can overcome many of these obstacles, but when it gets down to brass tacks, the recipe for success requires both major event and local LOCM -0.54% expertise. Major event expertise ensures a thorough appreciation of the uniqueness of the operating space along with the core requirements and expectations of the business, and above all, the art of managing complexity. Local expertise is essential for understanding local context and defining the realm of the possible – particularly when language is a barrier. Finding qualified security operators who speak the local language, are attuned to local social dynamics, can liaise effectively with local security agencies and embrace a corporate mindset are hard to come by, but their capabilities are indispensable. Together with major event expertise, reliable local expertise helps align the pieces of the jigsaw-puzzle that comprises a major event security operation.
      Ensuring access to timely, accurate information during the World Cup in Brazil was one of the biggest challenges companies had to overcome. Media broadcasts deliberately blacked out coverage of certain events, such as a stadium-wide profanity-laced chant taunting President Dilma Rousseff at the opening match in Sao Paulo. They cut away from the pitch when a streaker interrupted the final match, and the world only learned of the disruption thanks to LeBron James’ Instagram feed. Indeed, social media proved an invaluable source for generating a real-time picture of the operational environment.  But so did the unprecedented level of information-sharing and collaboration among the companies themselves –now an undisputed best practice model for future major sporting events.
      Even with advance planning, the right experts and a robust intelligence network, there are limits to what an organization can achieve in and around such a massive sporting event. For companies participating in the World Cup, the biggest factor for success was setting realistic goals. Companies that tried to do too much too late found themselves hamstrung. Those who started with a clear-eyed vision of what was feasible were better able to get their arms around all the moving parts – and had a great time… unless they were pulling for the home team to hoist the trophy.

      Jacqueline Day is managing director for Crisis and Security Consulting at Control Risks, the global risk consultancy.

      Assim, economicamente, os agentes privados que são maiores responsáveis pelo investimento no país ficam de mãos atadas. Conforme o governo se faz de vítima, mas não é capaz de enxergar, por não querer mesmo, que bastou o afastamento do PT para o Dólar diminuir o preço. A falta de credibilidade na economia e nos contratos públicos para o investimento, faz com que todo agente se afaste pois o risco econômico se torna incerto, incapaz inclusive de traçar um cenário favorável a curto e médio prazo. 
      Segue outro artigo da Control Risks, seguindo esta linha de análise, falar de eventos internacionais, o Brasil está na base da cadeia alimentar, porque toda a credibilidade foi perdida. A sociedade está vivendo um reflexo da política, existe de fato uma cultura sexual e do estupro que é refletida para fora, pois estrangeiros conhecem o Brasil pelo turismo sexual, violência também vira incerteza e a economia faz com que o Brasil perca investimentos, e o capital pare de circular, gerando inflação, e crise no crédito internacional.

      (...)
      What can companies do to adapt to this new reality in Brazil?Precedent from other countries strongly indicates that companies that are better prepared and have built resilience can greatly improve their odds of success even in times of mounting social unrest. The very first step for any business is to ensure that there is an effective programme in place focused on understanding what the scenario is in order to elaborate a strategy to avoid operational disruption and other related risks. Companies need to ensure that their monitoring capabilities allow them to track and accurately understand developments as they play out in real time. A combination of both human and technical resources is key to stay on top of and get ahead of potential risk consequences: while traditional media outlets remain an important source of information, protests are increasingly being organised via social media – often with a relatively short notice. Bouts of social unrest can be triggered by a variety of motives, from political developments to security incidents.
      Security management in rural areas is frequently rendered more difficult due to the fact that relations with local communities and physical protection of company assets and personnel are intimately intertwined; in addition, infrastructure bottlenecks and unreliable telecommunication systems often present additional challenges. In practice, this means that risk-based security management needs to take changing local political and social dynamics into account if it is to adequately reflect the overall risk situation, as well as the evolving nature of the relationship with a wide range of stakeholders. As a result of this, the protection the company’s assets, people, processes and reputation requires a holistic approach to both security and community relations. Close coordination and the promotion of shared values and a shared culture between business units are key in that regard and form the basis of ‘community-based risk management’ – the concept that understanding and managing community relations successfully can be the most effective means of protecting assets and personnel.
      However, the question remains: what can companies do if surprised by civil unrest that blocks the entrance of their facilities, causes delays on deliveries or tarnishes reputation? Sometimes, due to multiple reasons, a rupture event cannot be avoided. Companies can mitigate the risks of potentially disruptive events by having a crisis management programme in place ahead of any unforeseen development. The more complex a crisis is, more severe and intricate is the impact on people, environment, assets and reputation. That is why it is so important to isolate the problem from day-to-day business and manage it at source. To be able to escalate according to predefined criteria will organize the flow of information and provide the correct authority to the decision making process. For that, corporate and regional teams must be trained in clear roles and responsibilities, utilizing realistic scenarios. Managing a crisis is about being prepared and knowing what to do, when.
      As the economic and business environments deteriorate, companies also feel the squeeze – often impacting their ability to finance such programmes. The decision making process on where and how to invest then becomes essential to the company’s survival. These measures however are useful beyond Brazil’s immediate state of affairs, and their applicability is certainly not limited to social risks; crisis management tools can be used for a range of political, security and environmental risks. Civil unrest in Brazil is unlikely to fade away in the short-to-medium term, regardless of the impeachment’s final outcome. Whoever is in power will have to undertake unpopular measures to address Brazil’s fiscal woes, and such decisions are likely to trigger opposition from unions and other interest groups.
      Artigo:


      Comentários

      Postagens mais visitadas