Havoc the Hipocrisy!

Postado por Bernardo Guerra março 17, 2015

Havoc the Hipocrisy!

Devido à quantidade de problemas causados por PMC no Iraque, este tipo de serviço ficou posto em xeque e é mal visto perante o cenário internacional. Até mesmo por clientes privados é um serviço difícil de escolher, tanto em âmbito nacional como em âmbito internacional, qual seria uma boa empreiteira para solicitar serviços de segurança privada. A maioria das empreiteiras nem respeitam contrato e tampouco os funcionários. Segundo Eeben Barlow, a falta de comprometimento com o serviço e também a vontade de lucrar, faz com que as empresas não só descumpram acordos como cometem crimes e generalizam em manchar a reputação do serviço, antes sendo um dos mais bem requisitados para conter ameaças terroristas e a expansão do comunismo.

De fato o mundo corporativo está cheio de hipócritas, pessoal arrogante e empresários que buscam uma forma de lucrar, vendendo serviços mal feitos em troca de grandes contratos. Consultorias administrativas, logísticas, de inteligência e atualmente militares têm sido frequentes e todo serviço mal feito gera uma estigma que se generaliza para todos os fornecedores destes serviços.

Um grande dilema é saber qual empreiteira para serviços militares é e qual não é confiável/profissional. Fato que a Guerra ao Terror trouxe uma série de dúvidas quanto ao contrato e ao uso de forças privadas para trabalhos militares e de ordem estatal, somados os fatos à corrupção das Nações Unidas e outras notícias de abusos sexuais contra população local, assassinatos de civis, gera-se uma dúvida em como o país ou o cliente privado deve proceder na escolha de uma empreiteira para serviços militares.

Existe o embuste da imagem em que muitas empreiteiras, não só PMC, mas também as PSC (valendo para o cenário do Brasil também, empresas de vigilância que só tem visual e pouco comprometimento com o serviço) assim aumentando o número de empresas que oferecem este serviço, porém nem mesmo são empresas de fato, apenas aspiram ser.

Para começar as questões que são geradas são: Quais são as empresas certas? Quais vão completar a missão? Quais vêem a missão antes dos interesses particulares? Qual cumprir o prometido no contrato? Qual possuí uma brochura sem mentiras e visual apenas?

Segundo Eeben Barlow (EO/STTEP) a empresa profissional (tal qual o profissional) de PMC ou PSC devem encarar a situação com honra, sujeitando-se às leis do país que a contratou e deve alcançar o objetivo proposto em um prazo definido. (Vale também para consultorias corporativas).

Existe uma série de arrogantes impostores que vêem clientes os governos vulneráveis de países que estão em colapso, no caso da África ou do Oriente Médio, é fácil vender um serviço sem ter habilidades para cumpri-lo mediante pagamento, nem em caráter estratégico, tático ou operacional. Condutas desprezíveis em cenário de operações são atribuídas ao baixo nível de formação (e caráter dos profissionais). Foi o fato ocorrido na Guerra ao Terror com uma quantidade absurda de PMCs atuando no Iraque, manchando a reputação deste tipo de serviço, que fora tão utilizado no passado e alcançou objetivos antes difíceis de ser alcançados (caso da EO que mudou todo o cenário de guerra e conseguiu conquistar vitórias para seus clientes que não conseguiam dar conta de conter as ameaças terroristas de antes!).

Existe uma controvérsia em como definir uma PMC ou mesmo categorizá-la, existem diversas denominações. De fato o principal objetivo de uma empresa deste nível não é ideológico, tampouco de seus funcionários contratados. Além disto seus funcionários não são membros das forças regulares, fazendo com que não tenham nem noção do real motivo do conflito, assim também podendo ser posto em qualquer cadeia de comando, apenas como um número para cumprimento do contrato.

Gera-se então uma dúvida em como caracterizar uma PMC, se seus funcionários são ou não mercenários, uma vez que o mercenarismo é proibido por lei, porém a natureza empresarial destas PMC diferem do mercenário do passado (mais ideológico).

Uma tipologia básica de PMSCs de fato distingue entre as empresas militares privadas (PMC) e empresas de segurança privada (PSC). As PMC são consideradas potencialmente mais estreitamente envolvidas na ação de combate, possivelmente, até mesmo operando em missões ofensivas, enquanto os serviços das PSC são vistos como mais defensiva e passiva, normalmente limitada à proteção de instalações ou indivíduos.

III

Diversas empreiteiras novas mancham a reputação das antigas, como é o caso da Executive Outcomes, que recentemente outras empresas utilizam o mesmo nome, fazendo alusão ao sucesso da empresa de Eeben Barlow, porém com um serviço de embuste. Muitos dos membros nem tem treinamento, forjando falsos certificados em empresas grandes, ou mesmo aprendendo algumas técnicas e criando um modelo próprio. “Dada à má publicidade que PMCs e PSC têm atraído dentro de certos segmentos da mídia - e não todo ele foi injusto - uma operação de limpeza da casa não trará uma grande mudança. Sentimentos anti-PMC / PSC permanecerão para sempre, especialmente pela ONU, ONGs e multinacionais com agendas escondidas. Mas, se a indústria está limpa por dentro, seus pedidos de ação contra a indústria vão simplesmente ser ocos.” (Eeben Barlow)

Uma série destas empreiteiras é patrocinada por governos ocidentais que têm motivos que nem sempre são óbvios. Estes novos mercenários tornam suas empresas favorecidas e agem em nome da política externa do governo patrocinando e também atuam como frentes de inteligência. De fato eles não estão lá com uma missão, estão como uma forma de o país investir em alguma empreiteira que possa explorar recursos de outro país para o governo que o contratou.

Esta partida de monopólio estatal envolve uma multiplicidade de implicações, que vão desde o mais teórico e filosófico - como o desafio ao conceito da Guerra Justa, e as tendências de mudança na ética militar e normas em geral - amplamente a consequentes efeitos colaterais práticos e políticos em termos de profissionalismo militar, responsabilidade pública e controle democrático sobre a ação militar.

Eeben Barlow blog: http://eebenbarlowsmilitaryandsecurityblog.blogspot.com.br