Guerra de Quarta Geração - Artigo em português (2021)

   A competição do poder e a instabilidade formada pela polarização tira o core da guerra da teoria Clauzewitziana, variando o seu nível de intensidade e angariando outras variantes decisivas para a guerra. A guerra total perdeu sentido para pequenos conflitos localizados, e progressão sob égide de partidos políticos e polarização.








Parte desta política é baseada na negação do que o ocidente reconhece como o establishment entre dois polos de destino da civilização.


A caracterização da Quarta Geração da Guerra é a descentralização da capacidade marcial dos Estados como atores e proprietários da capacidade militar. Os agentes não estatais e transnacionais produzem capacidade orgânica, seguindo exemplos de guerra assimétrica e guerra de guerrilhas ao longo da história - desde a antiga, enquanto conceitos novos ganham significância. O conceito tradicional Westfaliano sobre legitimidade do poder e extensão do uso da força emanado dos agentes de estados nações está fadado ao fracasso através dos conceitos novos de aceleracionismo e guerra híbrida. Elemento chave para estes modus operandi é o aspecto cultural da política de poder. O foco não é destruir o oponente, mas o influenciar culturalmente e o dominar de acordo com sua política.


A guerra de informações abertas (OSINT-WARFARE) trata a natureza da guerra como um conjunto de informações em uma rede de transferência de dados, com atividades que podem ser facilmente acessadas de dados sobre quaisquer computador ou telefone na rede. A escala crescente de informações e o sistema está operando em Big Data. Esta operação de inteligência é o combustível para quebrar a estagnação. Cada resistência regional nestas pequenas guerras tem acesso a OSINT focada regionalmente e reproduz níveis de informação e esclarecimentos em escala civilizatória.




Tendo OSINT local permite que a resistência descubra um sistema entrópico, seja onde for. A grande chave é produzir inteligência através da informação, e produzir desinformação através do produto da inteligência em relação aos dados. Inteligência é o produto final sob análise e contexto de informação crua. 


O sistema conduz este rali, criando propaganda, discursos, sinais, alianças, baseado em dados que colhe e forma sua política. Funciona no mesmo princípio como educar, agitar e organizar. 



Por esta teoria cria uma matriz de progressão sob conflito, doutrina, tática e operação, são ações que causam reações. O ciclo do conflito que se forma. Uma ação produz efeitos sob a matriz de possiblidades que causam reação. Estas oportunidades são permissivas por aceleração, desaceleração e exploração. Não é um plano de batalha baseado em estratégias grandes, mas um plano de desestatizar a guerra. 




OSINT se faz necessário para outros métodos de identificação de pontos de contato trazendo vanguarda na região a qual houver disseminação de informação. Onde quer que comece a ação e relação, cria-se uma rachadura na estabilidade proporcional a intensidade de ações e confusão no cenário total.




A guerra híbrida, junção de diversos cenários possíveis está na competição de poder, não pela guerra total, mas pela capacidade de criar cenários desfavoráveis ao inimigo, assim, utiliza-se de False Flag Operations, terrorismo, crime organizado, inteligência e contra inteligência, desinformação, OSINT, e a possibilidade de um conflito generalizado criando rompimento no paradigma estatal e controle político dos meios - tanto naturais quanto econômicos, desestabilizando o agente estatal.





Assim, através das operações assimétricas, os agentes da guerra são capazes de criar zonas cinzentas de conflitos, onde as linhas entre poder e política se misturam, com habilidade de navegar pela dimensão humana e influenciar parceiros e rivais, defesas internas e hostilizar estados em guerras não convencionais.




Com o advento da informação como principal arma do estado e a terceirização do conflito, a análise de inteligência artificial e computação da Big Data se tornou um fenômeno para descentralizar a guerra e criar um nível de instabilidade no cenário. Este fator segue a estratégia da guerra de informação e da guerra econômica, e o termo Big Data, é também tratado como 'thick data' devido a quantidade veiculada de informações que envolvem desde a sociedade tradicional até grupos dinâmicos na política e de natureza competitiva.


cultura da resistência será inevitavelmente restruturada. Com a guerra ao terror fadada ao fracasso desde seu começo - não havia definição sobre o assunto e nem tática - devido a falsa perspectiva neoliberal com pretexto de invasão geopolítica. Este fracasso gerou um cenário mais instável em um caldeirão fervendo e o terrorismo internacional migrou para o doméstico, criando grupos insurgentes internos e uma polarização política, atuando sob perspectiva sectária de falsa idolatria a políticos, e a educação corrompida pela desinformação, destituiu materialmente o que se transcendeu em tornar-se uma memória cultural. A falta de perspectiva cultural leva a anomia da civilização.


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